terça-feira, 1 de maio de 2012

Arquivo do sol



O que tu tem na cabeça? Eu já vi roda girar assim, me dando todo o tipo de enjoo. Não queira o orgasmo mais demorado, mas tenha prazer na vida todos os dias, mesmo que se encha de furor o teu coração, não deixe a magoa queimar mais que o verão, porque eu também tenho medo do tédio, tenho medo daqueles que apontam o dedo assim, julgando meio mundo a fora, dizendo pela metade o fim. Tive que aprender pelo erro, assim como vocês eu tive fé, tive tarde inventada pelo sono, quando acordava querendo sonhar.   Quando na necessidade eu mais precisei meus amigos não se retiveram, de todos os mundos que vaguei, parti estrelas e compus galáxias, pois não é o que torna nossa vida, mais sim o que ela tem para nos tornar, nem é de sacrifício de amor que a terra está cansada de apanhar.  Porque eu vi seus semblantes,reparti com seus semelhantes suas misérias, pois em tudo tentam colocar um preço, para nos fazer enganar, pois já nem nos sobra mais brincadeiras inocentes, nem ideias erradas quando fui feito menino, que da terra brincava sem saber que do teu berço ao túmulo tua vida cabe em minha saudade. Eu tinha uma variedade de vidas, todos os caminhos que eu podia seguir, eu tentei pelo que acreditei e amei e já pensei em desistir.  Eu tenho muitas lembranças e do meu passado já sonhei de mais, mas o que não parecia na vida trouxe o tempo a me mostrar,eu vi o que você viu e tentei do mesmo modo recomeçar.   Eu sei o que do tempo tirei e o descrevo com essas linhas, mesmo que pareçam tortas ou vazias, sem sentido para um mundo sentido que tem cansado de sentir.  Eu também vi da sorte agente tirar fé para mudar a vida que não muda sozinha.  
Por que quis crescer com tanta pressa? Tinha vontade de como criança amar e de se machucar por brincadeira. Ah! que bom aquele caminho que de quantas noticias boas foi me dar, eu sei do que falei e vi a vida passar, me projetei tanto em palavras deixando a morte se aconchegar, mais agora estou refeito, das cinzas que me deu vida, desaprendendo todo o mal para mim aprender a sossegar esse rabo mal acomodado que na vida sempre há de balançar, tem olhos para o que vê e ignora o que o coração traz, tua vida inacabada na minha gritando como feto para existir, porque o mundo não foi feito de dias para viver de reclamações, porque sabemos de seus instintos e conhecemos suas intenções, querendo de mim saber o que da minha boca vai te servir, porque eu já vi cão magro rodeando carcaça, matou o que era por fora restando nada por dentro, pois o tempo sempre vence aquilo que achamos não poder vencer, mas amanhã já não nos ferirá a mesma ferida que de nossas unhas fizemos brotar.

4 comentários:

  1. Ótimo texto Manfrá! Cada dia você me surpreende mais e mais com essa sua capacidade enorme de escrever incrivelmente bem! Esperando ansiosamente pelo próximo post,
    Beijão!

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  2. Voltei para saber das novidades, post interessante tive um bom proveito. Seu blog é um dos meus favoritos. Nova post lá no blog, passa lá. http://jpbigblog.blogspot.com.br/

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  3. Intimista, provocador...

    Gostei de passear por aqui!

    Abraço do Pedra do Sertão

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