sábado, 8 de dezembro de 2012

Mertiolate
















Mertiolates não curam todas as feridas
corpos vazios não preenchem vidas
Desculpas podem ser vacinas
que não curam, só amenizam
boatos podem ser intrigas
pegando descuidados pelas esquinas
cruzar os dedos pode ser fé repentina
mentiras podem ser covardia
contar segredos pode ser forca garantida
sorrir de mais pode ser porta aberta para feridas
não prestar atenção em quem está falando chateia
quem estiver enlouquecendo deixe que amanheça
quem se afastou agradeça
pois consciência limpa aconchega
metido aponta o dedo de mais
malandro de verdade quer paz
curar a ressaca pode ser cerveja
o incrédulo está cheio de suas incertezas
amor de verdade é aquele que cicatriza
a mesma ferida que não se extingue
virar as costas demonstra baixeza
ajudar o bêbado nobreza
ainda que apanhe e se sirva de silêncio
lembre-se, de teu cigarro pode ter começado o incêndio
ainda que a fumaça de incertezas dure pouco mais
tenha fé no sorriso da criança, não no sagaz

Por Manfrá

sábado, 1 de dezembro de 2012

Sistema cão



Estamos lapidados, desgraçadamente amordaçados pela inveja e ganância dos homens, retorno ao calabouço de aluguel, pagando pela nossa própria dor, fartura para eles, miséria para nós, riqueza para eles, desvantagem sobre nós.  Colocando-nos a beira do abismo, cavado pela sede de possuir, mas do que precisamos,deixando faltar na mesa do faminto, abaganhar todo o ouro do excluído, fazendo dele castelo para burguesia, sem despertar a consciência, atingindo aquilo que você quer atingir, influir, despedaçar se necessário toda a carne, para alimentar a si próprio, pois esse é o combustível do sistema cão, pensar apenas em si mesmo, esquecer do lunático, do poeta, do bêbado, do miserável sem consideração, fazendo de nossas imagens produtos, da tragédia o sensacionalismo, amedrontar se necessário nossas famílias, conseguir terror para gerar dinheiro.   Violência que atrai, sangue, morte e tragédia, audiência para o Diabo, chamas para o pobre, lareira intensa para o rico ignorante de suas misérias, de sua pobreza de espírito.  Faminto seja o hipócrita, o orgulhoso e altivo, faminto sejam suas vidas preenchidas por bens materiais, ricos sejam os humildes, os pobres de suas concupiscências, rejeitado na estrada de fácil acesso ao caminho largo de vaidade e falsidade, competição pela imagem, quem aparece mais, gabação de suas próprias falhas, ingênuas se não fosse a  maldade, privilegiando a si mesmo contra seu próximo.   Acreditar, falar mal do mundo em que vive e ser como a multidão de suas ironias, reagindo como eles, egoístas, soberbos, orgulhosos, cheios de ambições pelo o que é mal, na televisão, no radio, na terra que há sangue inocente de pó, toda a audiência para a maldade, apenas insinuando o amor, investindo na vaidade, escravos do conforto, medindo braços erguidos, ver quem é mais forte, dentro de suas mordomias, cheio de suas regalias, entupidas até a garganta, jorrando jatos de soberba, estupidez e maldade, sendo apenas mais uma copia, um poço imenso e vazio, pobre de espírito, que se molda no mundo, na moda que o envolve, se queixando da imagem, mas esquecendo de dentro, burlando toda a realidade, distorcendo os fatos, amamentando o cão, esquecido do canil.

Por Manfrá