Sou sujeira aos olhos da imbecilidade convencional da tragédia humana, eu sou a decadência rastejando por vida, a volúpia corporal desmascarada pela sensualidade trivial, como demônio embriagado, sedento por caos em minha rebelião pessoal. O que dói não é a ruptura, é a escassez de informação vital, envolvendo todos como um nó arreganhado ao pé de Cristo.
quinta-feira, 2 de junho de 2016
Agricultor de corações
Não sou um cara que escreveria um livro
Eu ajuntaria pedaços de meus fragmentos
E esconderia os cortes debaixo do travesseiro
Aonde o ouvido dorme sossegado
E o coração finge que ouve
Há uma rixa dentro de mim
Há meio caminho andado
Há um cara que diz:
"Ei! você utiliza muitas metáforas"
E outro que diz:
"Seja mais razoável"
Diante da lagoa que eu nunca nadei na vida
Eu desejaria ser um peixe
E não me molestar
Com essas indagações
Mas sou bicho feito homem
O mais privilegiado e cruel dos seres
Dotado de consciência
Dopamina e endorfina
Se penso logo existo
O que eu tenho feito de minha existência?
Se não me dou bem com a meritocracia
E não me adapto ás hierarquias
Porque devo me considerar
Excluído socialmente ?
Se não corro para chegar primeiro
Se não me move suas paixões
Carros, posses e outros bens materiais
Porque devo me sentir
socialmente fracassado?
Sou eu o agricultor de meu coração
Que habita na aldeia de meus pensamentos
Estou sempre descalço
Com a alma desnuda
Renovável como a luz solar
Mas escuro em seu âmago.
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