quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Sobras de cardaço


















E eu me achei aqui
Sem ninguém
Foi o que de mim se quis ouvir
Para enfeitar toda falsa gargalhada
Sufocado em meu estomago
De envenenado a veneno
Desfigurado pelas entradas de meus jardins
Como se um buraco invadisse meu ser
De restos e sobras de cadarço
Cordas de meu final infeliz
Quisera eu ficar de boca aberta
Desconectado de seu mundo infantil
De pedras e sujeira na mão
Apontadas contra o nosso reflexo
De ódio e amor foi o que me fez
Despertando-me no susto pela madrugada
Quisera eu ter ficado calado
Na incerteza de boatos mal falados
Do que ouvir aquele monte de asneira
Surra de palavras amaldiçoadas
Toda a crueldade que pudesse me ferir
Medindo minha incapacidade
Sobre um abismo de odores
Cansado de apanhar de seu cheiro
Onde eu estava parado
Vinha e me amordaçava
Me ponhava de quatro
Amarrava-me em seus seios
Rasgava-me de dentro para fora
Expondo toda minha loucura
Que eu era capaz e não sabia
Sentindo ela sobre mim
Com raiva se despia
Irritava-me como pernilongo de noite
Que se achegava como de instinto
E me deixava confuso pelos cantos
Pensamentos que eu jamais queria ter
Por medo de matar e morrer
De tirar toda sua vida
E fazer de luz sobre a minha
Ainda que virasse maldição
Caberia debaixo de meu teto
Que de sua veia eu emendei
Como sobras de cadarço
Sua falsa ironia estaria perturbada
Pela tempestade que venceu minha seca

Por Manfrá

2 comentários:

  1. Fazia um tempo que não passava por aqui, e sempre me surpreendendo, lugar de pensamentos profundos e com conteúdo, adorei esse texto e também claro a trilha sonora HausHaus

    Bjinhos da Amy

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  2. Estes pernilongos estão cada vez mais poderosos.
    Brincadeira a parte... só tenho uma palavra a dizer sobre este poema: "Brilhante".


    www.cchamun.blogspot.com.br
    Histórias, estórias e outras polêmicas

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