quarta-feira, 10 de julho de 2013

Barro


Fora da meta que infecta todo meu caminhar, pois por um sorriso amarelo e uma alma não ferida, desinfestaria sua testa de todo meu beijo noturno, para não te amordaçar ao meu mundo de barro que a efeito e a despeito sou digno de dizer:
Sempre fui mais os pensadores, sofredores, e metamorfoses ambulantes, sempre procurando a distinção entre o estranho e o trivial, para caminhar por caminhos distantes, sombras aconchegantes num verão de matar.  Procuraria você descalça engatinhando sobre minhas cinzas, perdição inventando minha fonte de ouro, você se satisfaria com minha sinceridade e preservaria nossa amizade, ainda que não soubesse que minto, pois de barro fui feito e não de santo e por onde corto deixo o sinal de minha navalha, enferrujada, gritando por socorro, ainda que desamparado, me colheria debaixo de seu cobertor e morreria intoxicado por sua fumaça purificante.

Manfrá

Nenhum comentário:

Postar um comentário