Orelha de crocodilo
Da distancia entre o por do sol ao pé que treme, mas não
vacila
Cavalgando pelo espaço como uma luneta,
atravessando a
constelação virgem de aparência
Na fantasia da cabeça do cupim o resto de madeira veio me
mostrar
Ontem como era jovem sua dor, hoje como te faz para ordenhar
Da orelha do crocodilo ao pé de meu Salvador
Faltou-me tudo o que das cabeças deles nos faltava
Faltou-me a repreensão de quem me ensinou
que da doce ou amarga
terra não levo nada
Nem balsas congeladas de um inverno feliz
Tramando a própria
ingenuidade como flores
Da janela do alto ao portão do inferno o lunático aqui
acreditou de mais
Amando a própria vida como uma tarde de seio farto e miséria
amarga
Na atmosfera que se faz forte o homem de cera vem poluir
Tampando todo ouvido com asneiras e fofocas de dramas
violentos
Gente que da fuça não tira nada à não ser ranho num papel higiênico
Na morte da sombra que se fez sol o motivo deles ainda são
vocês
Por Manfrá
"Ontem como era jovem sua dor, hoje como te faz para ordenhar"
ResponderExcluirIncrível! Você está cada dia melhor, Manfrá. Sem dúvida seus textos são os que mais aguardo, pois eles sempre me surpreendem...
Você é realmente muito, muito bom.
Parabéns, até mais '-'