Sou sujeira aos olhos da imbecilidade convencional da tragédia humana, eu sou a decadência rastejando por vida, a volúpia corporal desmascarada pela sensualidade trivial, como demônio embriagado, sedento por caos em minha rebelião pessoal. O que dói não é a ruptura, é a escassez de informação vital, envolvendo todos como um nó arreganhado ao pé de Cristo.
quarta-feira, 7 de março de 2018
Naftalina
Diploma em decomposição moldado no quadro,
álbum de família no guarda-roupa cheirando a naftalina.
Trevo de 4 folhas dentro da carteira
lingerie vermelha para atrair amor.
Aglomerado de moléculas sem motivação,
procurando alguém que lhe dê corda
que lhe tire da "caixa".
Olhando da janela embasada pela respiração
escrevendo seu nome na neblina,
cavando rugas de expressão sem sorrir sinceramente,
aparência mofada no quarto,
prazo de validade vencida.
Queríamos tanta coisa
e tanta pouca coisa nos era necessária,
mas era mais fácil nos acomodar,
consentir com nossa falsa impotência.
Sujar as mãos, bater cartão
e morrer lentamente com a caixa de comprimidos em mãos.
Desejando bom dia para demonstrar que se importa,
sem se importar realmente,
dizendo adeus sem querer dizer.
Quem seriamos,
se pudêssemos ver além dos olhos?
O que você faria diferente
se tivesse mais uma ficha na mão?
Olhe pelo retrovisor e veja aonde nós chegamos,
não se esqueça dos calos e arranhões sobre a pele.
Até a palavra mais maldita quando domada se silencia,
a lágrima vira diamante
e o que parecia ser a saída
já não era pela manhã,
há alguém disposto a compartilhar seu calor
para te aquecer na tempestade fria,
não desista,
a vida é uma roleta-russa.
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