Sou sujeira aos olhos da imbecilidade convencional da tragédia humana, eu sou a decadência rastejando por vida, a volúpia corporal desmascarada pela sensualidade trivial, como demônio embriagado, sedento por caos em minha rebelião pessoal. O que dói não é a ruptura, é a escassez de informação vital, envolvendo todos como um nó arreganhado ao pé de Cristo.
sábado, 31 de outubro de 2015
Céu da boca
E quando você se cansar?
E me deixar no horizonte?
Deixar de ver as flores e o seu aroma
E começar a se perturbar pelos espinhos?
Quando minha feiura sobrepor minha beleza
E eu tiver nadado até a última praia
Atrás de pérolas que se dissolvem na mão?
Como areia movediça você se fez
E me capturou em suas entranhas
Mas minha carne contém espinhos
E depois da fome saciada o espinho virou lixo
Os pés depois de enxaguados inundaram meu ilhado ser
Já fui depositado entre as covas de tartarugas mortas
Rodopiei o mundo e encontrei
Um revolver no meu quarto
Mesclei dopamina com você
E não amei mais a pornografia
Não percebi seu afeto
E morri de paranoia
Alimentando a escuridão
Engolindo lâmpadas
E quando você não me quiser ?
E eu estiver acampado em seu coração ?
E se sua terra encher de néctar
Que traga menos ferroadas ?
E não te deixe solapar as entranhas
Fisgadas no fundo do estômago
Sei quantos nós eu trago
Quantos arranhões sobre a pele
Sinto que canso
Que não sou bom o bastante
Desperdicei tempo com refrigerantes
E possuo pouco cálcio
Meus dentes rangem de apreensão
Tornando pontas pontiagudas
O céu da sua boca é o meu céu
Tua linguá minha terra prometida
Se eu perder o foco me afogo
Nesse naufrágio que eu me criei
Era cinza aquela manhã
Eu desesperado me arrependi
Chorei com Deus
E ele chorou comigo.
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